No diálogo entre Prometeu e Zeus,
soberano dos céus, o primeiro, questiona o objetivo de se ter colocado a raça
humana sobre a Terra e, no entanto, mantê-la na escuridão. Zeus, adverte Prometeu dizendo que os mortais estavam
felizes como se encontravam e, o mesmo insiste, questionando o por quê de não
se oferecer ao homem o dom do fogo.
O soberano dos céus, impaciente,
lhe responde: “... para cada dom existe uma punição... Os humanos (...) possuem
o dom da adoração: uma predisposição para admirar nosso poder, para ficar
intrigados diante de nossos enigmas, para se maravilhar diante dos nossos
caprichos (...) contam ainda com a característica da vaidade (...) Dê a eles o
progresso e eles imediatamente se esquecerão daquilo que os torna seres assim
tão aprazíveis: a humildade, a disposição para adorar (...) Vão ficar cheios de
si e vão começar a se considerar deuses também. Corremos o risco de Vê-los bem
aqui, à nossa porta prontos para invadir o Olimpo.”
Prometeu
não se deu por satisfeito e entregou o poder do fogo aos humanos. Zeus, furioso,
pensou em destruir a Terra transformando-a em um monte de cinzas. “Mas, de
repente, baixou o braço. – Além de vingança (...) quero diversão! Que eles se
destruam com suas próprias mãos e suas próprias descobertas! Vai ser um
espetáculo longo, muito interessante de se ver! (...)
Texto
extraído do livro “Heróis, deuses e monstros da mitologia”, Bernard Evslin
Qualquer
semelhança entre as relações de poder vigentes não é mera coincidência.