quarta-feira, 28 de outubro de 2015

E por falar em mitologia...

                 No diálogo entre Prometeu e Zeus, soberano dos céus, o primeiro, questiona o objetivo de se ter colocado a raça humana sobre a Terra e, no entanto, mantê-la na escuridão. Zeus, adverte  Prometeu dizendo que os mortais estavam felizes como se encontravam e, o mesmo insiste, questionando o por quê de não se oferecer ao homem o dom do fogo.
               O soberano dos céus, impaciente, lhe responde: “... para cada dom existe uma punição... Os humanos (...) possuem o dom da adoração: uma predisposição para admirar nosso poder, para ficar intrigados diante de nossos enigmas, para se maravilhar diante dos nossos caprichos (...) contam ainda com a característica da vaidade (...) Dê a eles o progresso e eles imediatamente se esquecerão daquilo que os torna seres assim tão aprazíveis: a humildade, a disposição para adorar (...) Vão ficar cheios de si e vão começar a se considerar deuses também. Corremos o risco de Vê-los bem aqui, à nossa porta prontos para invadir o Olimpo.”
                Prometeu não se deu por satisfeito e entregou o poder do fogo aos humanos. Zeus, furioso, pensou em destruir a Terra transformando-a em um monte de cinzas. “Mas, de repente, baixou o braço. – Além de vingança (...) quero diversão! Que eles se destruam com suas próprias mãos e suas próprias descobertas! Vai ser um espetáculo longo, muito interessante de se ver! (...)

                Texto extraído do livro “Heróis, deuses e monstros da mitologia”, Bernard Evslin


                               Qualquer semelhança entre as relações de poder vigentes não é mera coincidência.