Esperança! É o que
ainda nos mantém. Carregamos questões e problemas, vivemos atordoados por um
mundo que nos pede pressa. Rapidez que convoca o imediatismo, que nos distancia
do próximo mais próximo, que encarcera oferecendo o vazio, períodos
intermináveis de solidão...
Mais sensível, perceptiva,
emotiva e reflexiva, tenho desacelerado me desconectando um pouco da tecnologia,
observando poeticamente as situações pessoas que antes apenas passavam.
Percebo dor...
olhares tristes e perdidos. Excessivos sorrisos que não correspondem ao que se
passa no interior, necessidade de afeto, de escuta, de atenção. Miséria
material e espiritual que vai se conduzindo de forma intensa e não nos damos
conta do quando podemos fazer. Cegos, reclamamos demais... e vivemos ilhados em
nossas questões pessoais. “A dor pode bater na casa do vizinho”, mas... em
nossa casa, nós não a merecemos!
Estamos como quem
acredita que Deus auxilia que seu time ganhe. Com tantas questões no mundo, por
que Ele perderia sua energia com futebol? E outra, o que nos leva a crer que
temos mais merecimento? Que Deus olha mais por nós do que pelo outro?
Somos egocêntricos.
Individualistas demais para entender o Amor do Cristo. Grandes demais para nos
considerarmos irmãos de quem adoece com drogas lícitas ou ilícitas, dorme nas
ruas e mendiga o pão. Somos poderosos demais para ouvir quem pede... apenas
ouvir! E assim caminhamos cegos e inertes...
É dezembro, mais um
ano termina. Somos trabalhadores da última hora. Há muito a ser feito! Escolho
servir ao mundo... de forma singela, com o pouco que posso entrego-me. Certamente
muito recebi!